O mangá ou manga é a palavra usada para designar as histórias em quadradinhos japonesas, o seu estilo próprio de desenho e o movimento artístico relacionado. No Japão designa quaisquer histórias em quadrinhos. Vários mangás dão origem a animes para exibição na Tv, em vídeo ou em cinemas, mas também há o processo inverso em que os animes tornam-se uma edição impressa de história em sequência ou de ilustrações.
Historia:
Os mangás têm suas raízes no
período Nara (século VIII d.C.) com a aparição dos primeiros rolos de pintura japoneses: os emakimono. Eles associavam pinturas e textos que juntos contavam uma história à medida que eram desenrolados. O primeiro desses emakimono, o Ingá Kyô, é a cópia de uma obra chinesa e separa nitidamente o texto da pintura.
No
período Edo, em que os rolos são substituídos por livros, as estampas eram inicialmente destinadas à ilustração de romances e poesias, mas rapidamente surgem livros para ver em oposição aos livros para ler, antes do nascimento da estampa independente com uma única ilustração: o
ukiyo-e no século XVI. É, aliás,
Katsushika Hokusai o precursor da estampa de paisagens, nomeando suas célebres caricaturas publicadas de 1814 à 1834 em
Nagoya, cria a palavra mangá — significando "desenhos irresponsáveis" — que pode ser escrita, em japonês, das seguintes formas:
Kanji,
Hiragana,
Katakana e
Romaji (Manga).
O sentido de leitura de um mangá japonês
Sob ocupação americana após a Segunda Guerra Mundial, os
mangakas, como os desenhistas são conhecidos, sofrem grande influência das histórias em quadrinhos ocidentais da época, traduzidas e difundidas em grande quantidade na imprensa cotidiana. É então que um artista influenciado por
Walt Disney revoluciona esta forma de expressão e dá vida ao mangá moderno:
Osamu Tezuka. As características faciais semelhantes aos dos desenhos de Disney onde olhos, boca, sobrancelhas e nariz são desenhados de maneira bastante exagerada para aumentar a expressividade dos personagens, o que tornou sua prolífica produção possível.
Osamu Tezuka cria, junto ao próprio estúdio
Mushi Production, a primeira série de animação para a televisão japonesa em 1963, a partir de uma de suas obras:
Tetsuwan Atom (Astro Boy). Finalmente a passagem do papel para a televisão tornou-se comum e o aspecto comercial do mangá ganhou amplitude, mas Tezuka não se contentou com isso. Sua criatividade o levou a explorar diferentes gêneros — na sua maioria, os mangás tinham como público-alvo as crianças e jovens —, assim como a inventar novos, participando no aparecimento de mangás para adultos nos anos sessenta com os quais ele pôde abordar assuntos mais sérios e criar roteiros mais complexos. Ele também foi mentor de um número importante de mangakas como
Fujiko Fujio (dupla criadora de
Doraemon),
Akatsuka Fujio,
Reiji Matsumoto e
Shotaro Ishinomori.
Estilos:
Para os japoneses as histórias em quadrinhos são leitura comum de uma faixa etária bem mais abrangente do que a
infanto-juvenil; a sociedade japonesa é ávida por leitura e em toda parte vê-se desde adultos até crianças lendo as revistas. Portanto, o
público-consumidor é muito extenso, com tiragens na casa dos milhões e o desenvolvimento de vários estilos para agradar a todos os gostos.
Por isso os mangás são comummente classificados de acordo com seu público-alvo. Histórias onde o publico alvo são meninos — o que não quer dizer que garotas não devam lê-los — são chamados de
shounen (garoto jovem, adolescente, em japonês) e tratam normalmente de histórias de ação, amizade e aventura. Histórias que actualmente visam meninas são chamadas de
shoujo (garota jovem em japonês) e têm como característica marcante as sensações e sensibilidade da personagem e do meio (também existem garotos que leêm shojo pois existem shoujos com bastante ação e luta). Além desses, existe o
gekigá, que é uma corrente mais realista voltada ao público adulto (não necessariamente são pornográficos ou eróticos) e ainda os gêneros
seinen para homens jovens e
josei para mulheres. Os traços típicos encontrados nas histórias cômicas (olhos grandes, expressões caricatas) não são encontrados nessa última corrente. Existem também os pornográficos, apelidados
hentai. As histórias
yuri abordam a relação homossexual feminina e o
yaoi (ou Boys Love) trata da relação amorosa entre dois homens, mas ambos não possuem necessariamente cenas de sexo explícito.
Um rosto desenhado em estilo mangá.